Há um encantamento especial quando se passeia por Paço de Arcos. O cheiro a maresia é constante em todo o percurso pelo centro histórico. As cores que emanam das casas, as flores, as gentes que por aqui se movimentam dão a Paço de Arcos uma personalidade única e atrativa. A primeira impressão que temos é de estar numa zona que embora povoada, embora com um núcleo grande e coeso de casas, é tudo a uma escala humana que, desde logo, atrai. Começando pela Praça da República, ali entre a terra e o mar, vale a pena visitar os jardins do Palácio dos Arcos e a Capela do Senhor Jesus dos Navegantes. O centro é o sítio ideal para quem a vontade de comer ataque. Há, em todo redor do centro histórico, bons restaurantes e para todos os gostos, desde os típicos de comida portuguesa, como italianos, bascos, indianos, asiáticos ou meramente tascas para petiscar qualquer coisa. As esplanadas também convidam ao ócio… e vale a pena aceitar o convite. Partindo da Praça da República vá pela Travessa da Praia olhar de frente o rio que se transforma em mar. Daí pode observar ao longe o Bugio e mesmo com a Avenida Marginal de permeio, nada parece deslocado, excessivo ou destoado.
Entrando na Rua Costa Pinto, aprecie as lojinhas e comércio local variado e procure a casa número 113, onde nasceu o ator José de Castro. Siga pela Rua Marquês de Pombal em direção ao litoral e aproveite para dar um passeio no Jardim Municipal. O verde do jardim mistura-se com o azul do mar. Aqui é para parar o relógio. Sugere-se que se fique entorpecido pela calma que o espaço sugere. E aproveite para ver o geiser, ali ao pé da praia velha, num repuxo que envia para o céu a água salgada que alimenta a paisagem. Andando pelo jardim, encontra do lado oeste uma passagem subterrânea que vai desembocar no Passeio Marítimo. Se tiver tempo, aproveite e conheça o litoral. O Passeio Marítimo une Paço de Arcos a Oeiras. São, numa ida e volta, 7km de passeio numa grande proximidade com o mar.
Na Av. Marginal encontramos o Chafariz de Paço de Arcos, belo exemplar de grandes dimensões, construído no Século XVIII, mais propriamente no ano de 1755, conforme nos diz a sua inscrição.
Voltando atrás e indo pela Travessa do Forte de São Pedro pode observar o Forno da Cal, recuperado recentemente. Muito perto daí, na Praceta Dionísio Matias encontra, em jeito de rotunda, um edifício que é o Mercado Municipal de Paço de Arcos com peixe fresco, fruta e hortícolas à escolha. Desta praça poderá entrar novamente na Rua Costa Pinto e ir em direção ao início do percurso ou ir pela Rua Dr. José de Oliveira Raposo que fica paralela à Costa Pinto e regressar à Praça da República pelo Bc. do Moreira e assim conhecer um pouco mais do comércio local ou usufruir desta vila prazerosa e piscatória. Ainda hoje, em pleno século XXI existem, só em Paço de Arcos, cerca de 40 pescadores profissionais. Na praia velha pode ver as suas embarcações, no embalo do rio e se for madrugador, pode sentar-se no murete e assistir à faina diária de quem vai para o mar e do mar regressa com o melhor que o Atlântico dá.
Paço de Arcos é pequeno mas tem um carisma muito próprio, especial, intimista que cativa desde o primeiro minuto.